quinta-feira, 13 de agosto de 2009

CRUZADOS NOVOS, QUERO DIZER, NOVA CRUZADA.

Eu repousava confortavelmente sobre o manto do esquecimento
coletivo, quando ouvi: “Eu quero que o senhor as engula”.
Aquilo me despertou. Pensei: eu conheço esse timbre de voz.
Logo depois de uma breve pausa, escutei: “Que as digira”.
O som vinha da TV Senado, o melhor e o pior reality show
da TV brasileira. O olhar vidrado do orador não deixava margem a dúvida. Um olhar tão assustador que o Pedro Simon quase ficou bonito. O meu chefinho estava de volta. Que saudade. Eu já não via a hora. Aquela versão diluída do Collor estava até me
preocupando. Eu sei que esse estilo suave não convencia ninguém. Meu medo era que ele começasse a acreditar no personagem – equilíbrio não era o seu forte. Nem os amigos entendiam o que estava acontecendo. Está certo que ele mudou de amigos algumas vezes, o que embaralha a coisa. Não importa, não estou aqui para julgar. Collor é como um irmão para mim. Quer dizer, é como se fosse alguém da família que a gente gosta mesmo. Por ele,
eu superfaturaria tudo de novo. Pagaria outra vez todas as contas da casa da Dinda (o que a gente não faz pela dinda de um amigo)?

Estou aqui para ajudá-lo incondicionalmente em sua nova
cruzada. Vou até criar um movimento para arrecadar apoio.
Arrecadar é comigo mesmo. Vai se chamar “Forra o Sarney”.
Creio que não enfrentaremos grande resistência. A geração dos “caras pintadas” está entretida demais com o Twitter para se ligar
no que faremos. Em breve, colocarei aqui neste blog um botão para doações de campanha. Aceitaremos contribuições, inclusive
de empresas que não foram privatizadas. O sistema será todo
informatizado. O próprio blog não enviará o recibo. E, por último, gostaria de aproveitar este espaço para esclarecer o mistério
que ronda a minha morte: Suzana Marcolino me assassinou.
Foi um crime passional mesmo. É chato ser gostoso.